quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Sônia: O retorno

E ela voltou, ela que havia me esquecido  há um bom tempo e quase não fazia mais parte do pacote "treino para maratona": a Sônia, apelido (pois somos íntimas, infelizmente) da Insônia.

Ela é horrorosa mesmo!
A Sônia  é bem sacana e gosta de ficar remexendo no meu inconsciente. Desde 2016,  forço a minha mente a desapegar de desempenho nas corridas, buscando a meta de correr apenas pra ser feliz. E quando eu achava que estava tudo se resolvendo no meu cérebro estressado de tantos outros problemas, lá vem a Sônia com a sua escavadeira desenterrando o que fiz tanto esforço pra desaparecer. E a sacana vem à noite ainda!

O barulho que a Sônia faz com as minhas ansiedades são confusos, não consigo distinguir os sons quando ela está me atormentando! Sei que a volta da Sônia tem a ver com eu treinar com minha amiga Joana para a maratona de Curitiba, que é fera no desempenho - de novo esta palavra! Talvez seja isto que fez a Sônia desabrochar, aquela flor podre! Ou talvez não, porque não é a primeira vez que treino com corredores fortes. No final das contas, a Sônia só traz dúvidas sem respostas, nada. Ela só me deixou dormir durante duas horas, bem eu que adoro dormir 8 horas! Não adiantou dizer que eu tinha 32km na manhã seguinte, ela está pouco se lixando para meus compromissos, aquela psicopata!

Eu queria que a Sônia morresse! Mas se mato a Sônia com remédios, mato também a minha capacidade de correr.

Então o jeito neste terceiro longão para a Curitiba foi fazer o treino mesmo assim, mas com a ajuda da Joana, que veio com tantos apetrechos em sua mochila de hidratação que eu tive certeza que se eu desmaiasse  no treino, ela tiraria lá de dentro uma maca e uma ambulância!

E tirando as minhas paradas de "tontisses", foi ótimo! Porque era estrada de terra (usei até meias pretas para não encardir), porque eu estava em excelentíssima companhia ( o Brito chegou depois também) e porque era um longão, um longão de maratona, um longão que lembra que a gente é livre pra circular por todos  os cantos  que quisermos e que podemos usar as nossas próprias pernas e pulmões como combústiveis. E a Sônia pode ter ferrado a minha noite, mas numa compensação quase milagrosa, a temperatura estava novamente agradável depois de tantos 35 graus na semana. E foram 32km, como o planejado, que era o que mais importava.

Vá pro Inferno, Sônia: eu vou continuar correndo até o fim! Somos muito mais fortes que você pode imaginar!

E se você, engraçadinha e mau-caráter, pegar o avião e me acompanhar em Curitiba no dia da maratona , vão rolar  os 42km do mesmo jeito. E você vai ser obrigada a voltar mais cedo, vou afogar você com vinho e cerveja depois!

Espero que tenha entendido o meu recado, demônio!

"A Sônia pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."
Salmos 30:5, escrito por mim

AGORA SÓ COISAS BOAS: 😍😍😍😍

Eu e Joana, um pouco antes da subida "mortal" do Taquara Branca
Brito, Joana e eu: meio da plantação

Catando as águas que escondo no dia anterior ao treino

Eu, Joana e meu amorzão Juliano, que nos socorreu após o erro de calculo da distância (Iria dar uns 36km)


Nenhum comentário:

Postar um comentário