segunda-feira, 13 de julho de 2020

2020 não tem maratona e está tudo bem!!

Que ano este!! Não tem nenhuma maratona pra mim, nem para quase todos os corredores do mundo, praticamente todas adiadas ou canceladas: a SPCity que eu iria correr seria em julho, mudou pra outubro e agora, 2021. E eu só pensei: “Ainda bem, que alívio!”

Daria pra treinar tranquilamente, pois com as aulas suspensas estou tendo mais tempo pra isto; além disto, correr sozinha (como é o recomendado ) nunca foi problema para mim. O que eu não estava sabendo lidar era como seria correr numa aglomeração e com que máscara, afinal eu não teria coragem de correr sem máscaras nesta situação. E daria para aguentar correr 42km com máscara? Como seria a hidratação e as trocas de máscaras? E será que eu teria coragem de ficar num hotel na véspera da maratona,  em época de pandemia?  Eu teria que sair de casa às 3 da madruga se eu fosse de carro?

Com os adiamentos, as perguntas acabaram e sobrou apenas a sensação de liberdade em correr por correr, sem metas definidas.

Machuquei a panturrilha? Tudo bem, posso diminuir a distância, não tenho nenhuma prova este ano mesmo.

Tô correndo devagar? Tudo bem, não vou participar de nenhuma prova que poderia dar vontade de correr mais rápido.

Quero correr depressa? Tudo bem, faço isto o dia que eu quiser, num dia bom. Não tenho metas mesmo.

Porque 2020 está uma tragédia, um momento de peste viral e da peste da ignorância! Mas a corrida? Ela está bem, livre, leve, solta, em lugares isolados e bonitos.

Descobri que Sumaré é bonito. Descobri que a área em que moro é bonita! Uma  baita descoberta, acabou o complexo de vira-lata que eu sentia de outras cidades, especialmente as litorâneas.

Descobri que não gosto de correr de máscara, mas gosto de usar máscara no dia-a-dia. Me sinto segura com ela, ela faz com que eu não me importe com maquiagem e, sei lá, tô me sentindo como uma cidadã japonesa, circunspecta , misteriosa. Olho para o espelho e ando me achando uma ninja, dá até vontade de dar uns golpes de karatê!

Sinto por não estar viajando, sinto mais ainda por meus alunos não estarem na escola. Sinto toda a dor da morte que a Covid causa, inaceitável! Sinto que este governo  é pior que a minha imaginação poderia suportar!  Mas da corrida não sinto falta, porque ela não me abandona, é a minha amiga mais constante e fiel, é a minha fuga da realidade, é minha conselheira, minha droga e até, talvez, um tipo de religião.

Não sinto a falta das provas de corrida, talvez apenas das viagens que me levavam até elas.

Pensei até em fazer uma versão virtual de maratona, há tantas por aí como opção, só pra ter a desculpa de correr 42km nas estradas de terra daqui, mas aí pensei melhor: 30km está bom, não preciso de medalha pra provar que corri.

Provavelmente não terei coragem de entrar num avião ou ônibus até o fim de toda esta pandemia, então já não olho com tanto pesar por ter que correr o ano que vem tão perto de casa, comparado às outras maratonas. Um dia espero voltar a viajar distante e com a meta da maior lembrança  desta viagem ser uma corrida! Enquanto isto não acontece, me consolo nos braços da Senhora Corrida Amadora, que é uma abençoada santa!

Pois é o que temos para 2020!

2020: Correr com Girassóis

2020: Correr em voltas de represas

2020: Correr no Loteamento ao lado de casa

2020: Correr na Roça

2020: Correr em Fazendas
2020: Correr com o amorzão

sexta-feira, 27 de março de 2020

Coronavírus e a SP City Marathon: Eu não deveria ter me inscrito pra esta maratona!


Uma coisa que aprendi este ano é: se a maratona não for muito concorrida, segura a onda e deixe para se inscrever depois.

Eu estou arrependidíssima de ter me inscrito na São Paulo City! E isto foi antes do Coronavírus , que só reforçou o meu arrependimento!

Deveria ter esperado mais, então eu veria a “Maratona das Gerais”, lugar que nunca corri na vida -Belo Horizonte- prova que será em Agosto e eu teria mais tempo para treinar. 

Desconfio não ser uma prova tão bonita, mas seria algo diferente. Mas o fogo no rabo aqui foi grande e pá: fiz a inscrição na SPCity! 

A única parte que não corri no percurso da SPCity nas minhas milhares de meias lá em São Paulo foi o da 23 de maio. Então só isto será novidade. Me inscrevi numa maratona só pra conhecer uma avenida...

Tentei cancelar, passei email pra organização, que, em outras palavras, respondeu assim: “ Se queria desistir, só dava pra fazer isto na primeira semana. Se vira!”

Então pensei: “Vou fazer esta prova sub 4 horas então, já que conheço o percurso: 3h e 59min está bom”

Fui à nutricionista -esta parte foi ótima, eu estava precisando muito! Pedi planilha pro Cido, fiz os tir..., ops, ritmados na pista, ou seja, o corpo estava ok e os treinos também! 
“Nossa, este  planejamento  para sub 4 horas vai superar a chatice da SPCity”, eu inocentemente, pensava.

Aí veio o Coronavírus ( e eu não posso nem OUVIR falar em sopa de morcego!) e com o Coronavírus, a sábia quarentena! Até aí, tudo bem. Tem que ficar em casa mesmo. Mas, e os treinos?

Infelizmente não tenho esteira pra correr. Nem espaço em casa. Mas tenho uma coisa: uma cidade chata, feia, mas cheia de estrada rural! E se tem algo que nunca me importei foi em correr solitariamente, na verdade,  adoro isto!

E a minha é preocupação só com os tarados  e bandidos de plantão. Mas eu tenho  roteiros ensaiados pra isto:

Roteiro 1:
“Eu correndo sozinha no meio na estrada rural. Cara de moto ou carro -cara a pé vai ser difícil me alcançar:
- Perdeu, mulher!
- Perdi nada, meus amigos ciclistas estão bem atrás de mim.
(Sempre tem ciclistas nas estradas rurais daqui)
Cara da moto/Carro vai embora.”
Fim

Roteiro 2:
“Eu correndo sozinha no meio da estrada rural. Cara de moto/carro novamente:
-Perdeu, mulher!
-Não toque em mim, eu tenho coronavírus e sou assintomática! Não toque em mim, eu tô avisando!
-Me passa o relógio chique então.
-Meu relógio tá todo cheio de suor. Não acho boa ideia.
O cara da moto/carro vai embora.
Fim”

Roteiro 3:
“Eu correndo sozinha na estrada rural. Pessoas de carro e moto passam por mim, mas tem medo de se contaminar. Os ciclistas se afastam 5 metros . Vejo outro corredor, aceno à distância.
Termino o treino.
Fim”

Mas o problema maior mesmo de treinar na quarentena do coronavírus são três:  

1-      Os pedaços de asfalto que preciso correr para chegar na área rural:  pelo que minha amiga falou, os vírus podem subir no asfalto com o movimento dos carros ou posso pisar em cima deles pra casa e leva-los comigo. Não são apenas vírus, estamos lidando com vários clubes mundiais de Chuck Norris!

2-      Se antes tínhamos os “fiscais de cu”, que vigiavam os homossexuais, agora temos os  “fiscais de treino na rua”.Eu peguei ranço destas pessoas! Geralmente são pessoas que moram em grandes capitais ou cidades praianas, que não possuem mais lugar pra treinar, pois praias e parques foram proibidos e ficam patrulhando quem tem matos solitários pra correr na quarentena! 
Desconfio que neste  grupo também estejam pessoas que só correm em grupo ( o famoso praticante da corrida “Society”) e  que não vê sentido em corrida solitária,  os que têm esteira em casa e gostam dela, desconfio também que neste grupo há  pessoas que não gostam de correr tanto assim e estão curtindo esta quarentena sem pressão.
Olha, ficar sem correr é uma verdadeira tortura pra quem é viciado, eu acho que pode virar até caso psiquiátrico a abstinência, eu não tenho forças pra isto e não há fortalecimento que supere o vazio dentro do peito do corredor!
Cheguei até a ver posts assim: “Não curta fotos de quem está correndo fora de casa na quarentena”, ou, o pior de todos: “Veja quem está furando a quarentena pelo GARMIM e Relive.”
Gente, cada um cuidando da sua vida, né? 

3-      Como fazer super longos (acima de 28km) nestas condições virais e de proibições de uma quarentena? E quem tem queda de imunidade nestes treinos, como eu geralmente tenho, faz ou não faz? Vale a pena tudo isto?

É claro que não vale. Então o que eu queria é que a SP City transferisse a data da maratona para agosto, que ainda está frio. Ou deixasse a opção de cancelamento. Porque estou sem cabeça, sem motivação e , principalmente, muito medo de treinar para uma maratona.


O CoronaVírus será a maior e verdadeira maratona que qualquer um de nós precisaremos vencer em 2020!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

O Paradoxo da Maratona de Curitiba


Só agora, após praticamente 15 dias da maratona de Curitiba, escrevo sobre como ela foi. Foi a retrospectiva mais demorada que já fiz de uma maratona. E atribuo a isto alguns motivos:
  • Meu computador está uma bosta!
  • Eu fico muito estressada no mês de novembro: É época de fechamento de notas dos meus alunos, atribuição de aulas, conselhos de Professores e também preciso ajudar minha filha a estudar para as avaliações finais. Todo o cansaço do ano chega e não há como desconsiderar estes aspectos  na minha percepção da Maratona de Curitiba: o peso do cansaço do ano, ainda mais neste que praticamente não teve feriados “úteis” foi levado comigo para Curitiba.
  •  Inconscientemente, talvez, eu adiei este relato para que o tempo me desse mais tempo de avaliar os fatos ocorridos no último 17 de novembro de 2019 ( E olha só esta frase, parece uma introdução de texto literário! As maratonas são uma saga mesmo!)
  •   Primeira maratona acompanhada o tempo todo: é muito diferente isto e ainda não sei se isto é legal, pois a gente carrega também um certo peso de estar atrapalhando alguém que corre mais que a gente - mesmo ela falando que sabia que seria assim, que é o que a Joana falou pra mim. Em treinos, não ligo muito pra isto não, mas em provas isto é diferente!  E é estranho escrever uma perspectiva totalmente pessoal de algo que foi feito em dupla. 
  • E vamos lá então, já que comecei em tom literário, vou escrever em tom literário aqui:
                                                 Saga de uma maratona

“Naquela manhã de domingo do dia 17 de novembro, o dia estava lindo e o clima ameno. Como Joana e eu estávamos em um flat praticamente dentro do calmíssimo Bosque do Papa, ouvíamos o som de passarinhos da janela, uma manhã idílica. As roupas e acessórios de corrida já estavam arrumados no dia anterior, e mesmo me esquecendo do Garmim em casa, o que eu lamentava mesmo era os meus óculos escuros,  que eu também tinha me esquecido: como correr uma maratona sem óculos escuros? Uma tragédia!
O café da manhã foi  saudável, claro,  e coloquei quase todo o pote de vaselina nos meus pés, o que deu muito certo, pois após a maratona, pela primeira vez não tive bolhas, e, por outro lado foi ruim, pois esqueci de proteger a minha boca e fiquei com os lábios todos estourados durante uma semana! 
E fomos a pé até a largada, ficamos num lugar realmente maravilhoso, a Joana escolheu muito bem! Encontramos mais um corredor no caminho, que já tinha corrido 12 maratonas- e eu me achando por esta ser a minha 5ª! Na largada, me chamou a atenção uma moça urinando por cima da roupa, agachada, e toda aquela urina escorrendo no chão, confesso que achei inapropriado, mesmo entendendo os motivos dela (fila gigantesca no banheiro). Também chamou a atenção um homem com uma placa no rabo escrito “fora STF” e é claro que a placa estaria no rabo mesmo, que é um lugar que este pessoal tem certa obsessão. Estávamos ao lado do pacer de 5:30, que iria correr carregando um carrinho de criança.  E a largada aconteceu.
Nos primeiros momentos, plano (ou quase), o grande momento foi ouvir parte da torcida do Coritiba em cima do viaduto com a sua bateria para animar a gente. Mas à medida que o os quilômetros foram sendo percorridos, fui ficando mais irritada, pois as subidas eram constantes, mesmo que não fossem tão “inclinadas”. Não havia altimetria de  "descanso". E aquilo foi me dando uma irritação e um arrependimento, o cenário ia ficando cada vez mais sem graça e eu me perguntando: “se era pra correr num lugar feio e cheios de subidas como aqui, deveria ter feito a maratona de Sorocaba ou Campinas mesmo”, “não acredito que gastei dinheiro pra vir pra um lugar destes!”, " Nem parque do Iguaçu, nem Cachoeiras no final. Cadê a beleza de Floripa? Cadê Copacabana do Rio? Cadê o Centro Histórico, só vejo mercados nesta bagaça!”
E o ódio foi subindo meu coração! E a Joana, toda bondosa, indo na frente pegar água pra mim e tentando me animar! Pedi os óculos dela, precisava de um filtro para aquilo tudo e ela me emprestou e nem assim me animei: No 8km resolvi começar a andar, aquelas subidas eram um desaforo! Emburrei mesmo e foi assim, neste estado de correr e andar que cheguei nos 21km mais ferrados que já corri. Que vontade de desistir e só não o fiz não porque estava sem dor !
Até os 21km, conversei e vi pessoas interessantes: conheci uma mulher já idosa que já foi profissional e esta era a 101ª maratona dela (segundo ela) e ela também estava “administrando” a maratona andando de vez em quando ( adorei o termo “administrar” pra situações assim, vou usar mais vezes) Teve um cara que disse que quebrou na maratona anterior e que estava tentando se superar agora, para vencer o trauma! Teve um senhor de 80 anos, famoso aqui na região, correndo também e fiquei com uma vergonha danada de andar e voltei a correr quando vi ele.
E eu dizendo pra Joana ir em frente e ela não ia, porque não foi este o combinado. Eu fiquei impressionada com a determinação dela em me "carregar"! E uns 3 kms à frente, na curva, vi o pacer de 5:30 passando com o carrinho de criança...
Depois dos 21km começaram dois milagres, o primeiro das descidas – finalmente-  e o segundo, o mais inesperado e belo de toda a maratona: as pessoas e a “feira” que se iniciava. O tempo todo assessorias torcendo, crianças estendendo a mão para dar uma força, comida e bebida : melancia, bananas picadas, sorvete, refrigerantes e tinha até cerveja! E também começaram a aparecer algumas árvores. E a esperança renasceu dentro de mim e eu fui comendo e bebendo tudo que ofereciam e a maratona foi ficando uma festa até o km 38.
A partir dos 38km (ou por aí) chegamos perto da entrada do Jardim Botânico e é claro que não entramos nele porque parece que a regra desta maratona era continuar feia do começo ao fim. E começaram umas subidas realmente inclinadonas, e aquilo só poderia ser sacanagem, bem no final, quando já estamos morrendo! O interessante é que o último km é uma descida gigantesca, mas nem assim  me animei: os efeitos das comilanças lá atrás começavam a aparecer. 
Até que finalmente acabou a maratona, amém"

                                                                           FIM


EPÍLOGO 1: Tô com vontade de voltar em 2020 pra Maratona de Curitiba: me internem! Mas antes, tenho a SPCITY como certeza, já passou da hora de correr uma maratona "em casa". 

EPÍLOGO 2: E estes pensamentos que a gente tem durante uma maratona: "Nunca mais vou fazer", duram sempre? Tô me sentindo uma fraude...




O que a gente não faz por uma medalha destas?
Eu e Joana: obrigada pela paciência ♥️

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Último Super Longo para Curitiba

E um feito histórico aconteceu nesta periodização de treinos para a maratona: não fiz nenhum super longo sozinha! Mesmo com quase ninguém que conheço (só a minha amiga Joana que vai comigo) se preparando para uma maratona em novembro, consegui companhia o tempo todo! Achei o máximo!
Foram 6 super longos: 28km, 30km, 32km, 28km, 35km e, no último sábado, 30km. E um dos "descansos" foi correr uma meia maratona!
As novidades desta vez, além das constantes e ótimas companhias de treino, foram: a descoberta da creatina, que possibilitou que eu mal me lembrasse no dia seguinte dos km que fiz e uma certa adaptação tranquila com a distância, sem nenhum colapso muscular. Em compensação, não fiz nenhum super longo ritmado com finalidade de tempo  e por isto já sei que não vai acontecer nenhum milagre de sub 4 horas  no dia 17 de novembro agora ( Quem sabe em Buenos Aires em 2020?)
Outra novidade: eu nunca corri a maratona de São Paulo por ela acontecer em abril- o que significaria treinos intensos em pleno verão - mas estou aqui me derretendo  num calor absurdo para conseguir correr em Curitiba. E detesto calor e sol quente, estou morrendo de medo desta temperatura!
E para continuar as novidades desta maratona em relação às outras: vou correr os 42km com uma pacer o tempo todo, alguém que corre mais que eu e não faço a mínima ideia como será isto! Nem em hotel vou ficar, desta vez será apartamento, vou dividir até quarto: é muita novidade para esta 5ª maratona, só espero que a ansiedade me deixe dormir na véspera, Santa valeriana, me salve!

E a cor da Maratona de Curitiba será verde, por causa dos óculos escuros que ficam lindos com lentes desta cor!

Não sei se quero correr uma maratona em novembro de novo, a não ser se um dia eu correr a minha sonhada maratona de Nova York ou eu estiver aposentada. Em novembro,  estou no mais puro pó da alma: as preocupações da vida e do trabalho vão aumentando e vão pesando nos ombros e já é um esforço danado me manter ativa , imagine então somar um treinamento para  maratona! Então, o que mais desejo é que chegue o dia 18 de novembro, quando começará uma fase de uns 15 dias para descansar o corpo das corridas do ano: vou fazer só pilates, talvez um dia da semana eu faça musculação, mas não vou correr nenhum km, nem caminhada quero fazer! Talvez aumente as férias de corrida o restante do mês, faça uma dieta doida (vou estar sem correr mesmo!), sei lá! So sei que esta será uma grande motivação para a maratona de Curitiba no dia 17:  correr com todas as minhas forças já sabendo que vou descansar bastante depois! A outra motivação é correr em homenagem aos amigos e meu marido que me ajudaram tanto neste processo! 
(E torcer pra não ficar doente novamente no dia, já não basta isto ter acontecido no Rio...)


Quanto ao meu último treino: foi ÓTIMO, com pessoas maravilhosas e muito pacientes ( o Marco e o Paulo correm MUITO mais que eu, mas mesmo assim correram no meu ritmo e fizeram todas as paradas que precisei, eu acho incrível), a única coisa que não sei é se sofri por causa do treino ou por causa DO SOL HORROROSO QUE FRITAVA A PELE O TEMPO TODO E DO CALOR ACIMA DE 32 GRAUS. Mas foi show e foi um treino FILMADO, foi super chique isto, me senti no canal OFF ( meu sonho é aparecer naquele canal, pronto: confesso. )

E que venha Curitiba💓💓💓



terça-feira, 22 de outubro de 2019

O Super Longo dos Sonhos e o poder motivacional de uma cerveja


E não é que consegui achar beleza e graça na região de Sumaré? Estou maravilhada com a nova descoberta de percursos daqui, Hortolândia e, especialmente, Monte Mor!

Eu, Juliano e a bike
O único arrependimento deste domingo foi não ter feito os 35km só em estrada de terra, situação que poderá ser corrigida da próxima vez.

E o que foi ver meu maridão Juliano me acompanhando de bicicleta todo tempo, quantas vezes sonhei com isto? E correr sem me preocupar em carregar (ou achar)  hidratação, carboidratos e apetrechos de longões? E escolher parar várias vezes  de propósito só pra tirar fotos?

Este domingo não foi simplesmente um longão, foi um passeio turístico dentro da minha própria área, descobrindo encantos nunca vistos. Tinha até araucárias no caminho: A-RAU-CÁ-RIAS! Campos do Jordão, morra de inveja!


ARAUCÁRIAS💓💓💓💓💓
Se a Maratona de Curitiba fez com que nos aventurássemos por novos caminhos, quero mais e mais maratonas!

Imprevistos? Não muitos: na noite anterior demorei para dormir- o que é mais que previsto- desta vez por estar preocupada com o percurso desconhecido. Como meu marido iria comigo, eu só pensava: “ E se lá tiver assassinos passando de carros naquele deserto rural e a nossa filha ficar órfã, quem vai cuidar dela?”
Este é o meu cérebro no modo tenebroso, não é fácil...

Mas quando finalmente dormi foi um capote e só acordei com o despertador errado do Juliano que saltou para um horário de verão que não existe mais- ainda bem! E voltei a dormir. Quando acordamos lá pelas 4:30 da madruga, nos deparamos com um vazamento enorme da caixa de água pela paredes e fios de nossa casa. Fingimos que não estávamos vendo nada e fomos para  o treino super especial, pois também era o primeiro passeio de longa distância de bike do Juliano.

O sol teve piedade e só apareceu no final do treino, em modo suave, como se estivesse lá só pra dizer como estava sendo bacana conosco (porque no  longão anterior parecia que estava fritando a pele minha e da Joana: o sol é bipolar, tenho certeza, ele deve ter um trauma de infância não resolvido com outras estrelas)

A chuva do dia anterior não produziu barro algum, apenas serviu de capa contra poeira. Até as vaquinhas estavam perto das cercas como se quisessem sair nas fotos.

Vaquinhas simpáticas...
De horrível, só dois pontos: o soro de hidratação que eu pensei que era sabor uva, mas era tuti-fruti, não conheço sabor mais horrível no mundo, joguei tudo fora depois. E também passamos por uma área onde a população de Sumaré e Hortolândia fizeram virar lixão, com trocentos urubus, um horror, tinha até um porco morto jogado lá!

Se os urubus do lixão de Taquara Branca fossem assim, eu teria  parado para tirar  foto...
Quando voltamos para o asfalto, era praticamente só descida e plano e o treino estava quase  no fim, mas eu estava cansada pra caramba e já tinha resolvido parar no 34km, já estava bom. Mas aí tem o lance da cerveja no título que ainda não falei: pois bebi uma metade da latinha super gelada de cerveja com o maridão e de repente pensei: “Até parece que não vou correr 35km!”  E fui lá, toda no álcool, no ultimo quilômetro, feliz da vida.

O meu percurso terminava perto da casa da minha mãe, onde minha filha passou a noite para que eu e o Juliano pudéssemos treinar. Disfarcei o cheiro de álcool ( eu ainda tenho este receio de desagradar minha mãe), peguei a filhinha e voltei a pé para casa, enquanto Juliano continuou na bike para fechar a distância na sua quase maratona.

Então quando chegamos em casa é que nos lembramos do vazamento, fomos atrás de encanador (achar um encanador num domingo é uma missão bem mais  difícil que correr 35km) e tive que subir no sótão e secar toda aquela água, o que me causou a única dor muscular do dia seguinte: dor nos ombros.

 Não estou tão rápida quanto no ano passado, aliás posso dizer que estou até uma corredora "medíocre", mas nunca me senti tão à vontade com a distância de 35km como neste ano! E, sinceramente, estou muito satisfeita com isto.

Terei mais um último super longo entre 28km e 30km daqui 15 dias, para os ajustes e metas finais para a maratona de Curitiba, desta vez só no asfalto, pois a maratona será assim. E sem creatina, só para ver como fico sem esta minha nova amiga (retomaremos  esta nossa relação  de amizade no  período de polimento) mas desconfio que o próximo longo não superará a felicidade que foi o treino deste domingo...

Árvores que se abraçam: parte do percurso deste domingo






sábado, 5 de outubro de 2019

Como funciona a mente de alguém que sabe que no dia seguinte vai correr 35km no sol, no calor, no concreto e numas subidonas que só quem conhece pode julgar?

O texto de hoje será meio que invertido: as sensações do antes, não do depois de um super longo, que não será um super longo qualquer, como o título gigante já explica: Será na avenida Rebouças, que depois muda o nome para Ampélio, mas é tudo a mesma coisa, menos a ciclovia pintada no meio da avenida e os bebedouros, que, logicamente, estão na parte de Nova Odessa porque morar em Sumaré garante pontos para um purgatório pós-vida!

A avenida em questão (na parte bonita)

Como preparação para estes longos, nem corro na sexta-feira, apenas na quinta à noite e distância curta, porque é o que aguento depois de quase 12 horas trabalhando neste dia. Eu sempre acho que preciso descansar bastante para desafios acima de 28km;  pode ser até algo psicológico, mas a mente faz parte do corpo então é isto que faço.

No sábado de manhã, hoje, fico feliz e vivendo em paz a minha vida, mas após o meio-dia a preparação fica séria. Seguem os itens:

1- Faço compressão com bolsa quente e gelada nas panturrilhas ( desta vez também no joelhos, ando fazendo uns fortalecimentos especiais)

Vai ter muita fotos de pernas neste post hoje.

1- Começo a me hidratar com soro. Se já faço isto em dias de temperaturas normais, imaginem só a minha preocupação para amanhã nesta temperatura medonha que desaloja todos os meus chacras!

Como posso ter demorado tanto pra tomar estas coisas?


2- Meu almoço é bem certinho e simples, evito fazer gracinhas (menos hoje que fiz um falafel vegano, só não tive paciência para  esperar assar e fritei. FRITURA!)

Feijão por cima como é o certo👍

3- Coloco estas meias ridículas de pós-operatório porque, na minha imaginação hipocondríaca, eu morrerei de embolia  no treino amanhã caso eu não use este treco que coça hoje.


Que calor, não deve ser fácil ter varizes.


4- Vou ficar vendo séries à tarde toda só pra descansar.

Amo💓💓💓💓

5- Minha janta será sopa da padaria, bem gordurosa de carne, independentemente da temperatura. Já virou um hábito pré-longão mesmo.

5- Quando chega à noite,  a batalha começa: o medão da insônia aparece. Desta vez vou recorrer aos meus comprimidos rosinhas que não sei o nome, só sei que são para alergias, não vendem no Brasil, dão um sono danado ( até hoje só não funcionou na véspera da maratona de Porto Alegre) e foram indicados por algúem que confio muito, que só não vou falar o nome porque vai que seja contrabando (da Flórida, porque ela é chique)

6-  Tampões de ouvidos na cabeceira da cama e, se precisar, mais umas hidratações noturnas...


Hidrataçõees Noturnas (se precisar)

 Vou acordar ( se eu dormir) às 4h:20 da madruga e preparar o meu café da manhã que envolve outros rituais de comida. E lá pelas 11 horas estarei super feliz porque vou ter certeza que o treino  mais difícil da temporada da maratona de Curitiba terá passado e que terá dado tudo certo apesar dos meus medos hoje. Só falta o meu inconsciente entender isto.


Observações sobre o percurso da maratona de Curitiba:

 A ansiedade maior  nesta minha 5º maratona é saber qual será a minha opinião sobre o percurso da maratona de Curitiba quando eu finalmente estiver lá. Eu ouço relatos tão conflitantes que mal sei em quem acreditar! Estive em Curitiba em julho, vi que tem muitas subidas, especialmente no roteiro turístico dos parques, mas há  várias áreas planas também. Tem um colega  que disse que a maratona de Curitiba  é pior que a de Foz do Iguaçu e desconfio bastante deste relato, pois talvez tenha pesado  nesta avaliação mais o cansaço de uma maratona para a outra ( ele correu as duas com apenas 2 meses de diferença) que a realidade. E os vídeos de análise  de percurso que vejo no YouTube também são bem amedrontadores, pois falam de altimetrias altíssimas que chegam a 980m, mas, por outro lado, a maratona ja começará em altitude 900m, porém nem sei se isto  é tranquilo: a altimetria aqui de casa é mais ou menos 600m, mas tem uma subida  no meu percurso de treino que dá uns 680m e ela sempre me quebra as pernas. É por isto que o treino de amanhã será tão necessário!

  Eu só sei, com certeza, que a maratona de Curitiba é sem atrativos naturais, só casas e prédios e, sinceramente, não estou acostumada a isto em maratonas: gosto de descansar meu corpo em paisagens do percurso. Talvez este realmente seja o meu maior desafio  a vencer em novembro.
Aguardemos.





quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Sônia: O retorno

E ela voltou, ela que havia me esquecido  há um bom tempo e quase não fazia mais parte do pacote "treino para maratona": a Sônia, apelido (pois somos íntimas, infelizmente) da Insônia.

Ela é horrorosa mesmo!
A Sônia  é bem sacana e gosta de ficar remexendo no meu inconsciente. Desde 2016,  forço a minha mente a desapegar de desempenho nas corridas, buscando a meta de correr apenas pra ser feliz. E quando eu achava que estava tudo se resolvendo no meu cérebro estressado de tantos outros problemas, lá vem a Sônia com a sua escavadeira desenterrando o que fiz tanto esforço pra desaparecer. E a sacana vem à noite ainda!

O barulho que a Sônia faz com as minhas ansiedades são confusos, não consigo distinguir os sons quando ela está me atormentando! Sei que a volta da Sônia tem a ver com eu treinar com minha amiga Joana para a maratona de Curitiba, que é fera no desempenho - de novo esta palavra! Talvez seja isto que fez a Sônia desabrochar, aquela flor podre! Ou talvez não, porque não é a primeira vez que treino com corredores fortes. No final das contas, a Sônia só traz dúvidas sem respostas, nada. Ela só me deixou dormir durante duas horas, bem eu que adoro dormir 8 horas! Não adiantou dizer que eu tinha 32km na manhã seguinte, ela está pouco se lixando para meus compromissos, aquela psicopata!

Eu queria que a Sônia morresse! Mas se mato a Sônia com remédios, mato também a minha capacidade de correr.

Então o jeito neste terceiro longão para a Curitiba foi fazer o treino mesmo assim, mas com a ajuda da Joana, que veio com tantos apetrechos em sua mochila de hidratação que eu tive certeza que se eu desmaiasse  no treino, ela tiraria lá de dentro uma maca e uma ambulância!

E tirando as minhas paradas de "tontisses", foi ótimo! Porque era estrada de terra (usei até meias pretas para não encardir), porque eu estava em excelentíssima companhia ( o Brito chegou depois também) e porque era um longão, um longão de maratona, um longão que lembra que a gente é livre pra circular por todos  os cantos  que quisermos e que podemos usar as nossas próprias pernas e pulmões como combústiveis. E a Sônia pode ter ferrado a minha noite, mas numa compensação quase milagrosa, a temperatura estava novamente agradável depois de tantos 35 graus na semana. E foram 32km, como o planejado, que era o que mais importava.

Vá pro Inferno, Sônia: eu vou continuar correndo até o fim! Somos muito mais fortes que você pode imaginar!

E se você, engraçadinha e mau-caráter, pegar o avião e me acompanhar em Curitiba no dia da maratona , vão rolar  os 42km do mesmo jeito. E você vai ser obrigada a voltar mais cedo, vou afogar você com vinho e cerveja depois!

Espero que tenha entendido o meu recado, demônio!

"A Sônia pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã."
Salmos 30:5, escrito por mim

AGORA SÓ COISAS BOAS: 😍😍😍😍

Eu e Joana, um pouco antes da subida "mortal" do Taquara Branca
Brito, Joana e eu: meio da plantação

Catando as águas que escondo no dia anterior ao treino

Eu, Joana e meu amorzão Juliano, que nos socorreu após o erro de calculo da distância (Iria dar uns 36km)