quinta-feira, 30 de maio de 2019

Percurso Novo: Goodyear 33km

Depois que entrei no "modo maratona", tudo se encaixou melhor, especialmente a ideia de um novo percurso. E depois de tanto tempo fazendo os mesmos trajetos de super longão, finamente tive a coragem de um novo desafio: ir para o lado de Americana- porque correr até Limeira não dava, a subida depois da Goodyear não é uma subida de Deus!

A "Meta" parcial
Foi um treino solitário também, e tudo bem, já estou acostumada.Foi bom pra sentir o meu corpo, pra ver como eu estava. Além disto, ficar levando colegas para correr num percurso ainda não "testado" não é nada educado...

Saí mais tarde que o normal, estava frio, que coisa linda é o frio, a gente corre quase sem suar! E ainda não sei se gostei do percurso ou da temperatura, porque até o 21km  não me considerei correndo, mas  flutuando nos céus dos amantes das longas distâncias, me peguei de braços abertos várias vezes, como se a vida estivesse soprando o meu rosto!

Cheguei num trecho de descida lá pelo Km 10, vi uma fumaça meio escura e fiquei pensando que droga de mundo era aquele com queimadas já de manhã! Mas quando cheguei na parte escura, não senti cheiro nenhum e perguntei para uma moça que fazia caminhada que fumaça era aquela e ela disse assim, bem bonitinho:
- Não é nada não, é só o frio que faz este efeito.
Sorri feito boba de felicidade! Vem com tudo, inverno!

Depois da linda nuvem de frio, vi uma rua totalmente plana e já mentalizei futuros treinos nela, afinal achar uma rua de litoral no interior é muto raro!
Parei numa região alta nos 18km , antes do retorno, tirei foto para mandar para o marido e avisar que dali a 15km eu estaria chegando.

Foto que mandei pra avisar que eu estava bem
Mas, como disse, chegaram os 21km e  começou a ficar desagrádavel o treino. Usei um tênis que nunca havia enfrentado um super longo e a minha sola do pé queimava, então  procurei grama para correr ou parar um pouco até a sola "sossegar" (estou com um calo rebelde no pé que se recusa a virar crosta dura e tem sido difícil correr com ele)  E, pra piorar, fui tocar no meu Garmim e o treino foi concluido no 21km, que raiva, queria muito ver o total no final de tudo e o treino ficou quebrado, coisa mais chata!

Tinha avenida fechada para corrida, desci, depois subi o restante dela com a sola do pé queimando, desci outra avenidona, tomei uma Coca horrorosa sabor café ( por que fazem estas coisas medonhas?), desci a  avenida até o Centro Cívico de Americana, fui até o final dela, uma subida do inferno (previamente calculada para ser o trecho que eu iria caminhar) e quase morri de medo de ser atropelada no acostamento da rodovia Luiz de Queirós - vou ter que fazer outro trajeto para não passar por isto da próxima vez. E a partir dos 30 km, algo que tinha sumido, apareceu: o "colapso" muscular!

Correr com a musculatura endurecida da panturrilha é muto sofrido e a partir daí fiz fartlek de 500metros. E quando eu estava lá no 32km, vejo um homem e uma menininha andando de bicicleta do outro lado da rua  e reconheço os meus amores ( não de imediato porque até a vista fica cansada depois dos 30km!) Resolvi fazer mais um km para me juntar a eles. Estava bom!

Fim de treino: missão cumprida
E lá se foi mais um treino de super longo para a coleção, num percurso que adorei e penso em fazer mais vezes!

Meus amores que sempre me resgatam no final das minhas loucuras


Considerações finais:

  • Além do Percurso Novo, que adiei fazê-lo por 3 anos, também resolvi seguir uma dica que já me disseram há muito tempo: tomar soro no dia anterior. Foi uma ótima ideia, senti bem menos sede que das outras vezes! 
  • Não vou conseguir correr no ritmo da maratona de Floripa, mas tenho esperanças que a maratona do Rio não seja tão trágica assim...
  • Ela voltou: a ansiedade comilona pré-maratona, aquela que andou comigo -andou, não, quase me destruiu de tanto torcicolo na preparação para a maratona de Foz!  Que saco!

quarta-feira, 15 de maio de 2019

35km "GRUPAL"



Doze de maio, dias das mães e de super longão, uns 30km. Pensei que iria correr sozinha, pois a Inês disse que não iria poder correr comigo, mas depois me informou que tinha uma amiga chamada Ângela que precisava treinar, que seria legal se corrêssemos juntas. Adorei a ideia, entrei em contato e tudo certo. Depois a Ângela entrou em contato com uma amiga que também precisava treinar para a maratona, a Dri, que eu também conhecia. As duas são amigas também da minha amiga Joana, que resolveu que iria acompanhar a gente de bicicleta, um apoio muito útil para todos nós.  Então resolvi chamar o meu vizinho Márcio, aquele mesmo que já fiz super longos duas vezes e ele também iria. E, de repente, a Inês deu um jeito e conseguiu ir com a gente, junto com a Bete. E um treino difícil que seria solitário tornou-se um treino num grupo grande, o primeiro que participei, porque se existe um grupo difícil de achar é um que tope correr acima de 30km, afinal esta distância é coisa de gente meio doida, vamos falar a verdade! Mas, felizmente, o número de doidos maratonistas anda aumentando e isto é muito bom!
A grande responsabilidade da minha parte era guiar o pessoal no percurso e por mais que ele fosse meio cheio de buracos (Sumaré não tem jeito) e com uma grande subida em Americana,  é o único que conheço que é, na maioria do tempo, plano e com muitos pontos de água e banheiro. E sem voltas e voltas. E lá fomos nós, antes das 6 horas, ainda escuro, num ritmo que fosse confortável para todos.

Algumas paradas no início para banheiro, lá pelo km 6, local onde me deu um medo tremendo porque o meu tendão começou a doer, pois o corpo começou a esfriar. Depois foi tranquilo até a “subidona” de Americana , que andei sem remorsos. Teve parada no Bike Hotel para fotos e bebidas, depois outra parada no Mercado São Vicente e, bem, para falar a verdade foram muitas paradas, mas na minha opinião isto é bom porque a gente descansa um pouco a musculatura. Aliás, eu só acho que as paradas são um problema quando ultrapassam um minuto e, no caso de grupos grandes, é inevitável. 

Mas, como toda corrida, até as que são treino como neste domingo, o melhor fica para a reta final.  Segue a narração:

“ A guia Josi- eu- começou a ficar para trás no 25km, e tudo bem, pois ela achava que todo mundo sabia o caminho de volta. Bete, a corredora com biótipo e velocidade de queniana, assumiu a liderança, seguida pela Dri que além de ser a única que ainda não era quarentona do grupo, seguia firme e forte no treino. A Inês, que partilha a genética da Bete, precisou parar, mas rapidamente alcançou a irmã e todas sumiram no horizonte, junto com a Joana, que estava de bicicleta e ficou ao lado da amiga Dri para dar uma força e esqueceu que o pessoal do fundo poderia precisar de água também (maratonista de elite, mas iniciante no apoio, nada é perfeito) A ex-guia precisou de água novamente e foi comprar água no bar e ficou enrolando tomando água gelada e depois só conseguia ver a Ângela. Márcio desapareceu completamente e a narradora aqui acreditava que ele tinha cortado caminho pelo bairro do Picerno, pois só iria correr 30km. Aliás, a guia que vos fala desligou o Garmim quando deu esta distância, porque para ela “já estava bom!” Mas ela alcançou a Ângela que, ao contrário da guia, NÃO era bunda-mole. Ângela disse:
- Vim aqui para correr 35km! E você vai me guiar para correr os 35km: se vira, o seu treino não acabou!

E então aconteceu o milagre: a guia terminou os 35km, fazendo um tipo de Fartlek para guiar quem não aceitava desistir. E a guia não teve colapso muscular nenhum e descobriu que precisa aprender a parar de frescura e que, talvez, o apelido que recebeu do treinador de Paulínia de “chorona” tenha algum fundamento...
Enquanto isto, ou por volta de uns 5 minutos antes, como foi averiguado depois nos Garmins presentes, a Dri, a Inês e a Bete terminaram o treino numa subida medonha que ia até a casa da guia, pois pegaram o caminho errado e o pior possível:  ainda bem que elas  eram  da elite e tinham água. E o Márcio, depois de completar seus 30km, tomou merecidamente seu suco na barraca de frutas e, infelizmente não saiu na foto final do treino, que é esta aqui embaixo.”



Próximo treino: 35km novamente. Onde? Não sei. Com quem? Não sei. Só sei que ele vai ter que sair. E que legal seria se fosse sob as mesmas condições calorentas e de umidade que o Rio de Janeiro fornecerá...

Tô de volta ao modo Maratonista! Finalmente! O que um treino acompanhado faz com a gente!

quarta-feira, 1 de maio de 2019

52 dias para a Maratona do Rio

I HAVE A DREAM:

Um único desejo: Não me machucar nestes 52 dias. Um outro desejo: só fazer rodagem até lá. E mais um desejo (já sei, não faço contas direito mesmo): O "colapso" acontecer só depois dos 35km.

INTRODUÇÃO: A PREPARAÇÃO PARA MAIS UM LONGO

No dia anterior: não comer besteiras, só carboidratos saudáveis. Recusar a pizza na noite de sábado, senão vai dar merda (literalmente) no super longo. Deixar separada a camiseta, o top, o tênis, a meia, a bermuda mais comprida para não assar as coxas, escolher um óculos de sol que combine-  tenho uma coleção, é o meu atual ponto fraco consumista- e o boné. Também colocar o Garmim pra carregar. Deixar a bolsa de cintura com dinheiro e gel no jeito. Dormir cedo.
Obs: Estou impressionada como estou conseguindo dormir feito pedra nas noites anteriores aos super longos, até achei que estava meio doente, mas no dia posterior vi que não estava porque consegui correr o que planejei. E olha que eu tinha motivos para estar nervosa,  afinal eu faria (e fiz) o super longo com as maiores feras da minha cidade, a Inês e a Bete. O que será que está acontecendo, o meu subconsciente estaria finalmente atendendo aos desejos do meu consciente?

No madrugada do Super longo: Fazer café  de coador - sem leite, pra não dar "merda", comer tapioca, banana, castanhas, um ovo mexido. Banheiro. Arrumar o cabelo dentro do boné para que ele não saia durante 3 horas em movimento. Me besuntar inteirinha  de vaselina (asso até atrás da orelha!) e passar protetor solar em todos os poros do meu rosto e áreas não cobertas pela roupas. Passar o antitranspirante, mesmo sabendo que  terminarei fedendo horrores!
É, não tem glamour nenhum esta história de super longo!

Me besuntei mais que este atleta de Tonga

CAPÍTULO 1: OS PRIMEIROS 10KM

As meninas chegaram e lá fomos nós. Tudo escuro. O meu Garmim ainda não tinha captado o GPS,  paciência. Pace tranquilo, mais ou menos por volta de 5´40 , jamais abaixo de 5. O Gps resolve funcionar após uns3 minutos de treino. Passamos pela "tenebrosa floresta" do Santa Maria, lugar que  vou acompanhada nestes horários. Primeiro posto, primeira água, 3km. O trecho até o próximo posto é agradável, com subidas e descidas leves, na marginal da Anhanguera, com exceção de uma  ladeira de uns 500 metros que só não andei porque estava com elas ( planejei os "vexames" só depois dos 20km). Posto Brasil 500, quase 10km. Tomei meu preventivo contra cólicas e o sol estava nascendo. O óculos ainda não era necessário, tudo era muito lindo!

CAPÍTULO 2: ATÉ OS 20 KM

Há uma subida chata no km 11 e já avisei que iria andar. As meninas não, mas elas tiveram uma estratégia bem gentil para não me deixarem pra trás: elas diminuiram muito o ritmo, até que a bonitona- eu- resolvesse voltar a correr. E elas fizeram isto em todas as subidas em  que fiz estas "graças" e, por isso mesmo, eu tentava andar o mínimo possível. Depois desta subida, não andei mais até o km 18.
É interessante como a gente repara algumas coisas só com campanhia. Quando a Inês disse : "Nossa, que avenida grande!" é que fui perceber que realmente a avenida do Matão nunca acaba! E tinha gente indo para a corrida do Boldrini, que seria na Lagoa do Taquaral onde iríamos, e cumprimentavam e  acenavam pra gente. Já falei que as meninas são famosas na cidade, né?
Paramos para beber água no postinho de saúde do Matão, menos a Bete, que além de achar que as subidas não são subidas, aparentemente não sente sede (fiquei impressionada, estava bastante calor!) e, na almejada descida para o bairro São Marcos em Campinas, uma pedrinha entrou no meu tênis (que raiva!) o que atrapalhou curtir os 2km de descida deste trecho porque tive que resolver este problema. E no começo do São Marcos comecei a ficar cansada, mas não era ainda o "colapso."
Tinha um mercado no km 18, compramos Gatorade e água e enfrentamos ( elas, porque  eu andei)  a subida na Rodovia D. Pedro até o supermercado Tenda.

CAPÍTULO 3: ATÉ OS 29KM

Quando eu chego neste ponto, vendo a rodovia D. Pedro pela passarela, eu sempre penso:  "Agora começou a desgraça" e não era porque eu estava com elas que  pensei diferente. Mas fomos. Meu marido passou de carro por nós e não pedi arrego (daria uma vergonha danada!). Meu dedão do pé tinha adormecido,  ele que se virasse para acordar no restante do percurso! (enquanto escrevo, a unha está roxa e ainda dói, mas não é a primeira vez que isto acontece!)
E eu não sei mais o que fazer porque NOVAMENTE ROUBARAM A MINHA ÁGUA NO KM 24! Fiquei um monte de tempo procurando, minha filha tinha feito até um mapa pra eu achar ( escondi junto com ela dois dias antes) e tive que ir ate a igreja Desatadora comprar água. Já falei que as meninas são pacientes pra caramba, né? E depois de toda esta enrolação, acabei descansando e segui com elas ( mas é claro que andei na subida da Bambini, enquanto a Bete dizia, rindo: "É sério que esta é a famosa subida do Bambini? )
Depois, no caminho de descida até o Taquaral, tudo é festa e o corpo fica normalzinho de novo! As meninas terminaram quando chegamos lá ( elas não param o GPS e eu paro quando ando) e a distância delas estava bem superior a minha. Tomei caldo de cana com elas na Lagoa e continuei a correr até dar 28km no meu Garmim. Na volta, reencontrei com elas e ( nossa, parecia um presente dos deuses)  achamos muito gelo jogado no chão (o gelo descartado para esfriar a água da corrida Boldrini) e aproveitamos para relaxar os músculos com eles. E achamos um corredor conhecido nosso, que tirou esta foto pra gente:

NÓS

CONLUSÃO:
 Não senti nenhum tipo de dor, só cansaço e o "colapso", tavez devido a grande parada na "Desatadora",  não aconteceu. Corri com um pouco de medo de atrapalhar as meninas, mas elas são demais!  Outro medo também foi o de me machucar, não só para a maratona do Rio, mas para a meia de Santos que terei neste sábado. Mas este super longo restaurou um pouco da confiança que eu tinha perdido.
Foi um super longo MUITO FELIZ! Vamos ver o que será possível fazer neste pouco tempo até a maratona do Rio.