terça-feira, 22 de outubro de 2019

O Super Longo dos Sonhos e o poder motivacional de uma cerveja


E não é que consegui achar beleza e graça na região de Sumaré? Estou maravilhada com a nova descoberta de percursos daqui, Hortolândia e, especialmente, Monte Mor!

Eu, Juliano e a bike
O único arrependimento deste domingo foi não ter feito os 35km só em estrada de terra, situação que poderá ser corrigida da próxima vez.

E o que foi ver meu maridão Juliano me acompanhando de bicicleta todo tempo, quantas vezes sonhei com isto? E correr sem me preocupar em carregar (ou achar)  hidratação, carboidratos e apetrechos de longões? E escolher parar várias vezes  de propósito só pra tirar fotos?

Este domingo não foi simplesmente um longão, foi um passeio turístico dentro da minha própria área, descobrindo encantos nunca vistos. Tinha até araucárias no caminho: A-RAU-CÁ-RIAS! Campos do Jordão, morra de inveja!


ARAUCÁRIAS💓💓💓💓💓
Se a Maratona de Curitiba fez com que nos aventurássemos por novos caminhos, quero mais e mais maratonas!

Imprevistos? Não muitos: na noite anterior demorei para dormir- o que é mais que previsto- desta vez por estar preocupada com o percurso desconhecido. Como meu marido iria comigo, eu só pensava: “ E se lá tiver assassinos passando de carros naquele deserto rural e a nossa filha ficar órfã, quem vai cuidar dela?”
Este é o meu cérebro no modo tenebroso, não é fácil...

Mas quando finalmente dormi foi um capote e só acordei com o despertador errado do Juliano que saltou para um horário de verão que não existe mais- ainda bem! E voltei a dormir. Quando acordamos lá pelas 4:30 da madruga, nos deparamos com um vazamento enorme da caixa de água pela paredes e fios de nossa casa. Fingimos que não estávamos vendo nada e fomos para  o treino super especial, pois também era o primeiro passeio de longa distância de bike do Juliano.

O sol teve piedade e só apareceu no final do treino, em modo suave, como se estivesse lá só pra dizer como estava sendo bacana conosco (porque no  longão anterior parecia que estava fritando a pele minha e da Joana: o sol é bipolar, tenho certeza, ele deve ter um trauma de infância não resolvido com outras estrelas)

A chuva do dia anterior não produziu barro algum, apenas serviu de capa contra poeira. Até as vaquinhas estavam perto das cercas como se quisessem sair nas fotos.

Vaquinhas simpáticas...
De horrível, só dois pontos: o soro de hidratação que eu pensei que era sabor uva, mas era tuti-fruti, não conheço sabor mais horrível no mundo, joguei tudo fora depois. E também passamos por uma área onde a população de Sumaré e Hortolândia fizeram virar lixão, com trocentos urubus, um horror, tinha até um porco morto jogado lá!

Se os urubus do lixão de Taquara Branca fossem assim, eu teria  parado para tirar  foto...
Quando voltamos para o asfalto, era praticamente só descida e plano e o treino estava quase  no fim, mas eu estava cansada pra caramba e já tinha resolvido parar no 34km, já estava bom. Mas aí tem o lance da cerveja no título que ainda não falei: pois bebi uma metade da latinha super gelada de cerveja com o maridão e de repente pensei: “Até parece que não vou correr 35km!”  E fui lá, toda no álcool, no ultimo quilômetro, feliz da vida.

O meu percurso terminava perto da casa da minha mãe, onde minha filha passou a noite para que eu e o Juliano pudéssemos treinar. Disfarcei o cheiro de álcool ( eu ainda tenho este receio de desagradar minha mãe), peguei a filhinha e voltei a pé para casa, enquanto Juliano continuou na bike para fechar a distância na sua quase maratona.

Então quando chegamos em casa é que nos lembramos do vazamento, fomos atrás de encanador (achar um encanador num domingo é uma missão bem mais  difícil que correr 35km) e tive que subir no sótão e secar toda aquela água, o que me causou a única dor muscular do dia seguinte: dor nos ombros.

 Não estou tão rápida quanto no ano passado, aliás posso dizer que estou até uma corredora "medíocre", mas nunca me senti tão à vontade com a distância de 35km como neste ano! E, sinceramente, estou muito satisfeita com isto.

Terei mais um último super longo entre 28km e 30km daqui 15 dias, para os ajustes e metas finais para a maratona de Curitiba, desta vez só no asfalto, pois a maratona será assim. E sem creatina, só para ver como fico sem esta minha nova amiga (retomaremos  esta nossa relação  de amizade no  período de polimento) mas desconfio que o próximo longo não superará a felicidade que foi o treino deste domingo...

Árvores que se abraçam: parte do percurso deste domingo






sábado, 5 de outubro de 2019

Como funciona a mente de alguém que sabe que no dia seguinte vai correr 35km no sol, no calor, no concreto e numas subidonas que só quem conhece pode julgar?

O texto de hoje será meio que invertido: as sensações do antes, não do depois de um super longo, que não será um super longo qualquer, como o título gigante já explica: Será na avenida Rebouças, que depois muda o nome para Ampélio, mas é tudo a mesma coisa, menos a ciclovia pintada no meio da avenida e os bebedouros, que, logicamente, estão na parte de Nova Odessa porque morar em Sumaré garante pontos para um purgatório pós-vida!

A avenida em questão (na parte bonita)

Como preparação para estes longos, nem corro na sexta-feira, apenas na quinta à noite e distância curta, porque é o que aguento depois de quase 12 horas trabalhando neste dia. Eu sempre acho que preciso descansar bastante para desafios acima de 28km;  pode ser até algo psicológico, mas a mente faz parte do corpo então é isto que faço.

No sábado de manhã, hoje, fico feliz e vivendo em paz a minha vida, mas após o meio-dia a preparação fica séria. Seguem os itens:

1- Faço compressão com bolsa quente e gelada nas panturrilhas ( desta vez também no joelhos, ando fazendo uns fortalecimentos especiais)

Vai ter muita fotos de pernas neste post hoje.

1- Começo a me hidratar com soro. Se já faço isto em dias de temperaturas normais, imaginem só a minha preocupação para amanhã nesta temperatura medonha que desaloja todos os meus chacras!

Como posso ter demorado tanto pra tomar estas coisas?


2- Meu almoço é bem certinho e simples, evito fazer gracinhas (menos hoje que fiz um falafel vegano, só não tive paciência para  esperar assar e fritei. FRITURA!)

Feijão por cima como é o certo👍

3- Coloco estas meias ridículas de pós-operatório porque, na minha imaginação hipocondríaca, eu morrerei de embolia  no treino amanhã caso eu não use este treco que coça hoje.


Que calor, não deve ser fácil ter varizes.


4- Vou ficar vendo séries à tarde toda só pra descansar.

Amo💓💓💓💓

5- Minha janta será sopa da padaria, bem gordurosa de carne, independentemente da temperatura. Já virou um hábito pré-longão mesmo.

5- Quando chega à noite,  a batalha começa: o medão da insônia aparece. Desta vez vou recorrer aos meus comprimidos rosinhas que não sei o nome, só sei que são para alergias, não vendem no Brasil, dão um sono danado ( até hoje só não funcionou na véspera da maratona de Porto Alegre) e foram indicados por algúem que confio muito, que só não vou falar o nome porque vai que seja contrabando (da Flórida, porque ela é chique)

6-  Tampões de ouvidos na cabeceira da cama e, se precisar, mais umas hidratações noturnas...


Hidrataçõees Noturnas (se precisar)

 Vou acordar ( se eu dormir) às 4h:20 da madruga e preparar o meu café da manhã que envolve outros rituais de comida. E lá pelas 11 horas estarei super feliz porque vou ter certeza que o treino  mais difícil da temporada da maratona de Curitiba terá passado e que terá dado tudo certo apesar dos meus medos hoje. Só falta o meu inconsciente entender isto.


Observações sobre o percurso da maratona de Curitiba:

 A ansiedade maior  nesta minha 5º maratona é saber qual será a minha opinião sobre o percurso da maratona de Curitiba quando eu finalmente estiver lá. Eu ouço relatos tão conflitantes que mal sei em quem acreditar! Estive em Curitiba em julho, vi que tem muitas subidas, especialmente no roteiro turístico dos parques, mas há  várias áreas planas também. Tem um colega  que disse que a maratona de Curitiba  é pior que a de Foz do Iguaçu e desconfio bastante deste relato, pois talvez tenha pesado  nesta avaliação mais o cansaço de uma maratona para a outra ( ele correu as duas com apenas 2 meses de diferença) que a realidade. E os vídeos de análise  de percurso que vejo no YouTube também são bem amedrontadores, pois falam de altimetrias altíssimas que chegam a 980m, mas, por outro lado, a maratona ja começará em altitude 900m, porém nem sei se isto  é tranquilo: a altimetria aqui de casa é mais ou menos 600m, mas tem uma subida  no meu percurso de treino que dá uns 680m e ela sempre me quebra as pernas. É por isto que o treino de amanhã será tão necessário!

  Eu só sei, com certeza, que a maratona de Curitiba é sem atrativos naturais, só casas e prédios e, sinceramente, não estou acostumada a isto em maratonas: gosto de descansar meu corpo em paisagens do percurso. Talvez este realmente seja o meu maior desafio  a vencer em novembro.
Aguardemos.