terça-feira, 13 de junho de 2017

Maratona de Porto Alegre: Parte 1

Desta vez aconteceu. Não que eu quisesse, mas não deu pra evitar. Não aconteceu como eu queria, muito pelo contrário: havia planejado fazer o percurso em 4h e 15 minutos ou menos, mas acabei fazendo 4h e 47minutos, segundo os resultados oficiais. Mas o que estou dizendo que aconteceu foi aquela cena dramática, a de chegar em prantos e continuar chorando depois, com a medalha no pescoço, num canto qualquer perto dos banheiros químicos. Não o choro de tristeza, mas o da consequência natural após um esforço extremo, não lembro de ter sofrido tanto para alcançar uma chegada numa corrida. E desta vez sozinha, sem ninguém pra desabafar, mas não me sentindo solitária, pois para que eu conseguisse chegar nesta distância tive ajuda de muita gente, especialmente do meu marido que cuida da minha filha durante os treinos e quase sempre me busca nos finais dos longões. 
Em resumo: desta vez senti a dor de uma maratona e o alívio profundo e recompensador de uma chegada! Não é algo que se sente todos os dias e a grande maioria da população não faz a mínima ideia do que é isso, incluindo muitos corredores. 

Viajar sozinha não é tão legal quanto parece. Há aquela sensação inicial de "vou tirar uns dias só pra mim, que maravilha", mas na chegada ao aeroporto já  fica aquela sensação de "e agora?" Já conhecia Porto Alegre, esta foi a terceira vez que fui para lá e considero a cidade bastante agradável por três motivos: o frio, a comida e aquele rio lindo, o Guaíba, que por sinal estava bem cheio e nervoso após uma semana de chuvas, parecia  o rio Amazonas da minha imaginação. Viajei na véspera da prova e meu voo atrasou, perdi a van do translado que me conduziria ao hotel  (hotel parceiro da prova, algo muito bom, pois além de garantir o café da madrugada antes da maratona, também tem o transporte garantido) e acabei pagando táxi mesmo. Dei entrada no hotel, esperei a van que iria levar para pegar os kits (realmente adorei a questão transporte gratuito da prova!) peguei uma fila quilométrica para pegar o kit, mas acabou sendo tudo muito  rápido. E me acabei na lojinha da prova comprando blusa corta-vento, blusa térmica, tudo com o logotipo da prova. Fui almoçar no shopping já com as roupas novas, o que fez com que muita gente puxasse assunto comigo, alguns perguntando qual a classificação que eu pretendia ficar (eu ri, é claro). Tinha gente do Brasil inteiro lá. Muita gente. Mas eu queria era ver o rio Guaíba. Peguei um catamarã que levou até a cidade vizinha, que parecia mais cidade do interior e fiquei lá, do outro lado, vendo Porto Alegre de longe, com destaque para o belíssimo estádio Beira-Rio, comendo pipoca de saquinho e relaxando a mente pra noite.

Eu amo este rio!

O que não adiantou muito, porque a noite da véspera de uma prova merece um capítulo só pra isso. Um inferno!

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