domingo, 12 de junho de 2016

Capítulo IV: Regime para maratona (spoiler: não vou fazer)


Como foi lindo em matéria de corrida o ano de 2014: fiz meu melhor tempo numa meia maratona (e sem muito esforço)  e subi no pódio numa geral pela primeira vez -antes  eram apenas prêmios na categoria.
 O que teve de especial  que eu deveria levar em consideração para a minha primeira maratona?  Entre alguns fatores que não vêm ao caso agora, acredito que o meu pouco peso naquele ano contribuiu bastante.
(Pouco peso, não definição muscular. A barriga chapada vou deixar para uma outra reencarnação.)
No começo foi tudo culpa do livro “Prato Sujo” de Marcia Kedouk.  Em resumo, o livro fala sobre nosso vício nos três “branquinhos”: cocaína, farinha refinada e açúcar. Fiquei muito impressionada com a leitura e quis abolir de vez o problema.  Nunca nem vi cocaína (este foi fácil evitar) e o açúcar já é um caso perdido, nem tentei. Mas a farinha de trigo refinada, esta  valeria a pena tentar tirar do cardápio. E foi o que fiz.
Pesquisei muito. Meu instagram só tinha nutricionistas fitness e só serviam as que passassem receitas. Descobri outras farinhas, a maioria delas caríssimas. Descobri a sucralose e o açúcar de coco. Meu domingo à tarde era ficar fazendo pão estilo Duncan e Paleo para a semana. Não soube mais o que era biscoito sem ser os comprados no Mundo Verde e seus genéricos.  Não queria pão normal de padaria, ficava imaginando ele se transformando em grude (a cola mesmo) no meu estômago se eu  o comesse e isto me dava certo nojinho.
Emagreci fácil. Comecei a vilanizar o glúten. E comprei o livro: “Barriga de Trigo” para ter mais “embasamento”.  E graças a ele larguei a fase de alimentação fitness de vez.
Eu estava lendo o tal livro num hotel,  era dezembro  e estava tentando relaxar após um ano difícil de trabalho. E o livro só falava de doenças causadas pelo glúten, mesmo pra quem não era celíaco. Muitas doenças. Doenças sem fim. E eu só pensando:  “Nossa, ainda bem que não como mais este veneno. Mas eis que chega no capítulo das doenças de pele. E o autor teve a infelicidade de escrever sobre um assunto que conheço bem. A cada linha que eu lia, a indignação aumentava e a raiva subia até queimar meu cérebro. Me senti  humilhada fazendo papel de  palhaça.
O infeliz resolveu falar sobre o vitiligo! Como teve coragem de mentir daquele jeito? Tenho esta doença de pele desde os 9 anos,  minhas mãos  parecem cobertas por uma luva branca por causa disto e mesmo com a tal eliminação do glúten, ele continuou aumentando na minha pele, exatamente o  contrário que o livro afirmava.
Se o autor errou tanto num problema que conheço,  o que dizer dos absurdos que provavelmente escreveu sobre as outras doenças?
Na manhã seguinte, me entupi de pão no café da manhã, experimentei toda a variedade que havia lá.  E comi muita macarronada- com glúten- no almoço.
Lá se foi a minha dieta porque o que motivava mesmo era o efeito dela na saúde, não na pança.
É claro que engordei um pouco de 2014 até agora e é claro que foi na barriga, porém garanto que não é barriga de trigo, é barriga genética mesmo:  a barriga parece ser o único lugar do meu corpo que acumula  gordura. Já me aceitei assim.  As roupas de 2014 ainda me servem,  mas gostaria de estar mais leve para a maratona de Foz. Não vou mentir que a questão peso pode fazer a diferença. Então neste ano eu queria algo ainda mais radical para perder quatro quilos até o dia 25 de setembro:
COMER APENAS QUANDO SENTIR FOME.  Comida saudável ou comida não tão saudável assim. Queria exercer  o comer sem ansiedade. Pelo prazer. Pela necessidade do corpo. Sem passar vontades porque a vida é curta demais pra isto. E esta não seria uma ideia para a maratona apenas, mas para o resto dos anos.
Viajei agora: Utopia nutricional, a gente vê por aqui.

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