Em 2013, quando resolvi correr minha primeira meia
maratona, tive uma grande decepção, pois não
consegui corrê-la depois do Km 10. A musculatura não deixou, voltei andando ,
meditando e (sinceramente) chorando pela morte da minha arrogância: era muita
petulância achar que já estava preparada para a prova só porque corria os
10km com tranquilidade. E do parto deste aprendizado dolorido nasceu uma decisão difícil: frequentar academia.
Que lugar mais desagradável
uma academia! Com certeza Dante
descreveria o inferno numa delas se tivesse vivido nos dias atuais. Sei que tem
gente que ama e tal, mas eu só vejo vaidade por lá. Não é uma opinião muito boa
para falar de um lugar em que se propaga
saúde como intenção principal , mas cada um de nós somos frutos das nossas experiências e a minha nunca foi boa
em relação a este assunto e não mudou
nada no meu retorno para o tal
fortalecimento para corridas longas. Resumindo: me machuquei por lá, mesmo fazendo
tudo certinho como estava no papel da minha ficha. Meu joelho ficou
sentindo choques automáticos durante uns três meses.
Eu estava quase desistindo desta porcaria de história de
fortalecimento quando marquei um encontro com o Pilates. Assim como muitos, eu
achava que era só uma perda de tempo, esporte de velhos e doentes da coluna.
Preconceito puro.
No Pilates, curei meu joelho, tratei meus tendões frágeis e
comecei a achar até admissível fazer abdominais (amar abdominal? Jamais!) No Pilates, achei um
profissional que faz fisioterapia quando necessário e que corrige até se o meu dedo do pé está na
direção errada durante o exercício. No Pilates, encontrei o fortalecimento em
formas variadas, até aprendi o que era uma prancha (um pesadelo!)
Mesmo com as pranchas, eu havia encontrado o círculo do paraíso suado que o Dante também
poderia descrever em seu livro.
Mas numa tarde escura de tempestades sombrias (metafóricas), o treinador disse que para a maratona o Pilates não seria suficiente e que
eu teria que voltar para a academia. Disse isso sem preliminar nenhuma, sem
vinho, nem jantarzinho antes. No supetão.
Qual foi a minha reação? Assinale a alternativa correta:
a-
(
)Chorei e voltei para a academia.
b-
( )
Disse que preferia fazer fortalecimento olhando as musas do instagram.
c-
( )
Dedei colegas maratonistas que fazem fortalecimento só quando chove -pq não dá
pra correr.
d-
( )
Relatei minha fobia de academia e que
prefiro arriscar com o Pilates a ser infeliz.
Resposta D, é claro.
Contei para o meu
professor de Pilates o ocorrido. Ele disse que cada um vê a sua área e que, na
visão dele, o departamento que é de
sua jurisdição estava muito melhor, já que não tive mais as dores da época que
cheguei. E continuamos o fortalecimento de sempre. Com algumas atividades extras de resistência,
é claro.
O que vai acontecer daqui pra frente? O Pilates será suficiente? Tanto faz: não volto pra academia, a não ser
que o dinheiro diminua, diminua muito
mesmo e eu tenha que sobreviver com uma cesta básica por mês!
Porque estou nesta vida é pra ser feliz. Pra que mais seria?
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