domingo, 5 de junho de 2016

Capítulo III: O tal fortalecimento


Em 2013, quando resolvi correr minha primeira meia maratona, tive uma grande decepção, pois não consegui corrê-la depois do Km 10. A musculatura não deixou, voltei andando , meditando e (sinceramente) chorando pela morte da minha arrogância: era muita petulância achar que já estava  preparada para a prova só porque corria os 10km com tranquilidade. E do parto deste aprendizado dolorido nasceu uma decisão difícil: frequentar academia.
Que lugar mais desagradável  uma academia!  Com certeza Dante descreveria o inferno numa delas se tivesse vivido nos dias atuais. Sei que tem gente que ama e tal, mas eu só vejo vaidade por lá. Não é uma opinião muito boa para  falar de um lugar em que se propaga saúde como intenção principal , mas cada um de nós somos frutos das nossas experiências e a minha nunca foi boa em relação a este assunto e não mudou nada no meu retorno para o tal fortalecimento para corridas longas. Resumindo: me machuquei por lá, mesmo fazendo  tudo certinho como estava no papel da minha ficha. Meu joelho ficou sentindo choques automáticos durante uns três meses.
Eu estava quase desistindo desta porcaria de história de fortalecimento quando marquei um encontro com o Pilates.  Assim como muitos, eu achava que era só uma perda de tempo, esporte de velhos e doentes da coluna. Preconceito puro.
No Pilates, curei meu joelho, tratei meus tendões frágeis e comecei a achar até admissível fazer abdominais (amar abdominal? Jamais!) No Pilates, achei um profissional que faz fisioterapia quando necessário e que corrige até se o meu dedo do pé está na direção errada durante o exercício. No Pilates, encontrei o fortalecimento em formas variadas, até aprendi o que era uma prancha (um pesadelo!)
Mesmo com as pranchas, eu havia encontrado o círculo do paraíso suado que o Dante também poderia descrever em seu livro.
Mas numa tarde escura de tempestades sombrias (metafóricas), o treinador disse que para a maratona o Pilates não seria suficiente e que eu teria que voltar para a academia. Disse isso sem preliminar nenhuma, sem vinho, nem jantarzinho antes. No supetão.
Qual foi a minha reação? Assinale a alternativa correta:
a-      (     )Chorei e voltei para a academia.
b-      (     ) Disse que preferia fazer fortalecimento olhando as musas do instagram.
c-       (     ) Dedei colegas maratonistas que fazem fortalecimento só quando chove -pq não dá pra correr.
d-      (     ) Relatei  minha fobia de academia e que prefiro arriscar com o Pilates a ser infeliz.
  Resposta D, é claro.
 Contei para o meu professor de Pilates o ocorrido. Ele disse que cada um vê a sua área e que, na visão dele, o departamento que é de sua jurisdição estava muito melhor, já que não tive mais as dores da época que cheguei. E continuamos o fortalecimento de sempre.  Com algumas atividades extras de resistência, é claro.
O que vai acontecer daqui pra frente?  O Pilates será suficiente?  Tanto faz: não volto pra academia, a não ser que o dinheiro diminua,  diminua muito mesmo e eu tenha que sobreviver com uma cesta básica por mês!
Porque estou nesta vida é pra ser feliz. Pra que mais seria?

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