quarta-feira, 1 de maio de 2019

52 dias para a Maratona do Rio

I HAVE A DREAM:

Um único desejo: Não me machucar nestes 52 dias. Um outro desejo: só fazer rodagem até lá. E mais um desejo (já sei, não faço contas direito mesmo): O "colapso" acontecer só depois dos 35km.

INTRODUÇÃO: A PREPARAÇÃO PARA MAIS UM LONGO

No dia anterior: não comer besteiras, só carboidratos saudáveis. Recusar a pizza na noite de sábado, senão vai dar merda (literalmente) no super longo. Deixar separada a camiseta, o top, o tênis, a meia, a bermuda mais comprida para não assar as coxas, escolher um óculos de sol que combine-  tenho uma coleção, é o meu atual ponto fraco consumista- e o boné. Também colocar o Garmim pra carregar. Deixar a bolsa de cintura com dinheiro e gel no jeito. Dormir cedo.
Obs: Estou impressionada como estou conseguindo dormir feito pedra nas noites anteriores aos super longos, até achei que estava meio doente, mas no dia posterior vi que não estava porque consegui correr o que planejei. E olha que eu tinha motivos para estar nervosa,  afinal eu faria (e fiz) o super longo com as maiores feras da minha cidade, a Inês e a Bete. O que será que está acontecendo, o meu subconsciente estaria finalmente atendendo aos desejos do meu consciente?

No madrugada do Super longo: Fazer café  de coador - sem leite, pra não dar "merda", comer tapioca, banana, castanhas, um ovo mexido. Banheiro. Arrumar o cabelo dentro do boné para que ele não saia durante 3 horas em movimento. Me besuntar inteirinha  de vaselina (asso até atrás da orelha!) e passar protetor solar em todos os poros do meu rosto e áreas não cobertas pela roupas. Passar o antitranspirante, mesmo sabendo que  terminarei fedendo horrores!
É, não tem glamour nenhum esta história de super longo!

Me besuntei mais que este atleta de Tonga

CAPÍTULO 1: OS PRIMEIROS 10KM

As meninas chegaram e lá fomos nós. Tudo escuro. O meu Garmim ainda não tinha captado o GPS,  paciência. Pace tranquilo, mais ou menos por volta de 5´40 , jamais abaixo de 5. O Gps resolve funcionar após uns3 minutos de treino. Passamos pela "tenebrosa floresta" do Santa Maria, lugar que  vou acompanhada nestes horários. Primeiro posto, primeira água, 3km. O trecho até o próximo posto é agradável, com subidas e descidas leves, na marginal da Anhanguera, com exceção de uma  ladeira de uns 500 metros que só não andei porque estava com elas ( planejei os "vexames" só depois dos 20km). Posto Brasil 500, quase 10km. Tomei meu preventivo contra cólicas e o sol estava nascendo. O óculos ainda não era necessário, tudo era muito lindo!

CAPÍTULO 2: ATÉ OS 20 KM

Há uma subida chata no km 11 e já avisei que iria andar. As meninas não, mas elas tiveram uma estratégia bem gentil para não me deixarem pra trás: elas diminuiram muito o ritmo, até que a bonitona- eu- resolvesse voltar a correr. E elas fizeram isto em todas as subidas em  que fiz estas "graças" e, por isso mesmo, eu tentava andar o mínimo possível. Depois desta subida, não andei mais até o km 18.
É interessante como a gente repara algumas coisas só com campanhia. Quando a Inês disse : "Nossa, que avenida grande!" é que fui perceber que realmente a avenida do Matão nunca acaba! E tinha gente indo para a corrida do Boldrini, que seria na Lagoa do Taquaral onde iríamos, e cumprimentavam e  acenavam pra gente. Já falei que as meninas são famosas na cidade, né?
Paramos para beber água no postinho de saúde do Matão, menos a Bete, que além de achar que as subidas não são subidas, aparentemente não sente sede (fiquei impressionada, estava bastante calor!) e, na almejada descida para o bairro São Marcos em Campinas, uma pedrinha entrou no meu tênis (que raiva!) o que atrapalhou curtir os 2km de descida deste trecho porque tive que resolver este problema. E no começo do São Marcos comecei a ficar cansada, mas não era ainda o "colapso."
Tinha um mercado no km 18, compramos Gatorade e água e enfrentamos ( elas, porque  eu andei)  a subida na Rodovia D. Pedro até o supermercado Tenda.

CAPÍTULO 3: ATÉ OS 29KM

Quando eu chego neste ponto, vendo a rodovia D. Pedro pela passarela, eu sempre penso:  "Agora começou a desgraça" e não era porque eu estava com elas que  pensei diferente. Mas fomos. Meu marido passou de carro por nós e não pedi arrego (daria uma vergonha danada!). Meu dedão do pé tinha adormecido,  ele que se virasse para acordar no restante do percurso! (enquanto escrevo, a unha está roxa e ainda dói, mas não é a primeira vez que isto acontece!)
E eu não sei mais o que fazer porque NOVAMENTE ROUBARAM A MINHA ÁGUA NO KM 24! Fiquei um monte de tempo procurando, minha filha tinha feito até um mapa pra eu achar ( escondi junto com ela dois dias antes) e tive que ir ate a igreja Desatadora comprar água. Já falei que as meninas são pacientes pra caramba, né? E depois de toda esta enrolação, acabei descansando e segui com elas ( mas é claro que andei na subida da Bambini, enquanto a Bete dizia, rindo: "É sério que esta é a famosa subida do Bambini? )
Depois, no caminho de descida até o Taquaral, tudo é festa e o corpo fica normalzinho de novo! As meninas terminaram quando chegamos lá ( elas não param o GPS e eu paro quando ando) e a distância delas estava bem superior a minha. Tomei caldo de cana com elas na Lagoa e continuei a correr até dar 28km no meu Garmim. Na volta, reencontrei com elas e ( nossa, parecia um presente dos deuses)  achamos muito gelo jogado no chão (o gelo descartado para esfriar a água da corrida Boldrini) e aproveitamos para relaxar os músculos com eles. E achamos um corredor conhecido nosso, que tirou esta foto pra gente:

NÓS

CONLUSÃO:
 Não senti nenhum tipo de dor, só cansaço e o "colapso", tavez devido a grande parada na "Desatadora",  não aconteceu. Corri com um pouco de medo de atrapalhar as meninas, mas elas são demais!  Outro medo também foi o de me machucar, não só para a maratona do Rio, mas para a meia de Santos que terei neste sábado. Mas este super longo restaurou um pouco da confiança que eu tinha perdido.
Foi um super longo MUITO FELIZ! Vamos ver o que será possível fazer neste pouco tempo até a maratona do Rio.




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