Doze de maio, dias das mães e de super longão, uns 30km. Pensei que iria correr sozinha, pois a Inês disse que não iria poder correr
comigo, mas depois me informou que tinha uma amiga chamada Ângela que precisava
treinar, que seria legal se corrêssemos juntas. Adorei a ideia, entrei em
contato e tudo certo. Depois a Ângela entrou em contato com uma amiga que
também precisava treinar para a maratona, a Dri, que eu também conhecia. As duas
são amigas também da minha amiga Joana, que resolveu que iria acompanhar a
gente de bicicleta, um apoio muito útil para todos nós. Então resolvi chamar
o meu vizinho Márcio, aquele mesmo que já fiz super longos duas vezes e ele
também iria. E, de repente, a Inês deu um jeito e conseguiu ir com a gente,
junto com a Bete. E um treino difícil que seria solitário tornou-se um treino
num grupo grande, o primeiro que participei, porque se existe um grupo difícil
de achar é um que tope correr acima de 30km, afinal esta distância é coisa de
gente meio doida, vamos falar a verdade! Mas, felizmente, o número de doidos
maratonistas anda aumentando e isto é muito bom!
A grande responsabilidade da minha parte era guiar o pessoal
no percurso e por mais que ele fosse meio cheio de buracos (Sumaré não tem
jeito) e com uma grande subida em Americana, é o único que conheço que é, na maioria do
tempo, plano e com muitos pontos de água e banheiro. E sem voltas e voltas. E lá fomos nós, antes das
6 horas, ainda escuro, num ritmo que fosse confortável para todos.
Algumas paradas no início para banheiro, lá pelo km 6, local
onde me deu um medo tremendo porque o meu tendão começou a doer, pois o corpo
começou a esfriar. Depois foi tranquilo até a “subidona” de Americana , que
andei sem remorsos. Teve parada no Bike Hotel para fotos e bebidas, depois outra
parada no Mercado São Vicente e, bem, para falar a verdade foram muitas paradas,
mas na minha opinião isto é bom porque a gente descansa um pouco a musculatura.
Aliás, eu só acho que as paradas são um problema quando ultrapassam um minuto
e, no caso de grupos grandes, é inevitável.
Mas, como toda corrida, até as que são treino como neste domingo,
o melhor fica para a reta final. Segue a
narração:
“ A guia Josi- eu- começou a ficar para trás no 25km, e tudo bem, pois ela achava que todo mundo sabia o caminho de volta. Bete,
a corredora com biótipo e velocidade de queniana, assumiu a
liderança, seguida pela Dri que além de ser a única que ainda não era
quarentona do grupo, seguia firme e forte no treino. A Inês, que partilha a
genética da Bete, precisou parar, mas rapidamente alcançou a irmã e todas sumiram
no horizonte, junto com a Joana, que estava de bicicleta e ficou ao lado da
amiga Dri para dar uma força e esqueceu que o pessoal do fundo poderia precisar
de água também (maratonista de elite, mas iniciante no apoio, nada é perfeito)
A ex-guia precisou de água novamente e foi comprar água no bar e ficou
enrolando tomando água gelada e depois só conseguia ver a Ângela. Márcio
desapareceu completamente e a narradora aqui acreditava que ele tinha cortado caminho
pelo bairro do Picerno, pois só iria correr 30km. Aliás, a guia que vos fala desligou
o Garmim quando deu esta distância, porque para ela “já estava bom!” Mas ela
alcançou a Ângela que, ao contrário da guia, NÃO era bunda-mole. Ângela disse:
- Vim aqui para correr 35km! E você vai me guiar para correr
os 35km: se vira, o seu treino não acabou!
E então aconteceu o milagre: a guia terminou os 35km,
fazendo um tipo de Fartlek para guiar quem não aceitava desistir. E a guia não
teve colapso muscular nenhum e descobriu que precisa aprender a parar de
frescura e que, talvez, o apelido que recebeu do treinador de Paulínia de “chorona” tenha algum fundamento...
Enquanto isto, ou por volta de uns 5 minutos antes, como foi
averiguado depois nos Garmins presentes, a Dri, a Inês e a Bete terminaram o
treino numa subida medonha que ia até a casa da guia, pois pegaram o caminho
errado e o pior possível: ainda bem que
elas eram da elite e tinham água. E o Márcio, depois de
completar seus 30km, tomou merecidamente seu suco na barraca de frutas e,
infelizmente não saiu na foto final do treino, que é esta aqui embaixo.”
Próximo treino: 35km novamente. Onde? Não sei. Com quem? Não
sei. Só sei que ele vai ter que sair. E que legal seria se fosse sob as mesmas condições
calorentas e de umidade que o Rio de Janeiro fornecerá...
Tô de volta ao modo Maratonista! Finalmente! O que um treino
acompanhado faz com a gente!
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