sábado, 28 de maio de 2016

A primeira maratona: Introdução

Só foi fazer dez meias maratonas e pensar em trocar o meio por um inteiro que os problemas surgiram. Acho bacana gente que decide fazer uma maratona, se inscreve, treina, faz a prova e fica depois só dormindo de conchinha com a medalha merecida. É claro que este não é o meu caso, comigo tudo tem que ser dramático, estilo mocinho de novela bigodudo abraçando heroína chorona.

A estreia numa maratona precisava ser um marco, algo especial, mais ou menos o equivalente a uma mulher perdendo a virgindade na noite de núpcias no Afeganistão. Nada de fazer a primeira maratona em São Paulo, todo mundo vai pra São Paulo comer mortadela no Mercadão! Nada de fazer a Maratona de Campinas ou de Piracicaba e ter que ficar rodando um mesmo trecho pra lá e pra cá, aquilo aciona labirintites secretas. Não!! A pessoa aqui fica inventando. E resolveu sonhar com Porto Alegre, em junho, com aquele frio elegante , quem sabe até correndo com uma touca na cabeça pra na foto ficar parecendo que está correndo na Europa- só na foto porque, obviamente, não tenho dinheiro pra correr na Europa.

 Mas só foi pensar em Porto Alegre, me imaginar nas ruas geladas de lá e já apareceu uma lesão estranha no pé que me fez demorar a voltar até mesmo aos longos tranquilos dos domingos. E depois veio gastrite com bactéria no estômago ( um mistério total de onde veio a miserável) e um porrada de antibióticos para, por fim, me obrigar a dar adeus para Porto Alegre lá da janelinha do meu avião imaginário. Junho não dava mais para se preparar. E agora? Qual a outra opção?

Então fui pro lugar que a gente vai quando não tem o que fazer e quando temos o que fazer também: a internet. Vi uma cena impressionante, quase uma iluminação: uma subida enorme e um povo doido se espremendo nela. Mas era linda a moldura, deu pra sentir o clima de ar condicionado –modo fresco, claro- aqui de casa. Cliquei em cima da imagem: Maratona de Foz do Iguaçu. “Çu” rima com “Sul”. Perdi o “Sul” do “Rio Grande do Sul”, mas esta sonoridade simpática me trouxe esperança. A prova, em Setembro. Dá tempo. Foco nela. Mas é claro que tudo está sendo complicado. Como sempre, desde o começo. Segue o relato da minha novela, em tempo real. Preciso ir pra um balneário ou uma banheira qualquer mesmo ( mentira: balneário é mais estiloso!) e me jogar no sal grosso.


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